domingo, 13 de janeiro de 2013

Mergulho



Os meus olhos estão aqui: mergulhe!
No mar de mim que é feito do que é nosso
Das nossas horas guardo o que posso
E tanto tenho aqui de que me orgulhe

Olhares de nós dois e tantos toques
As mãos, a voz e doces melodias
Amo-te cada vez mais com euforia
Sorrisos seus já vi de mil enfoques

E sempre e tudo eu hei de ter guardado
Memórias de nós dois no mais profundo
No mar de mim tesouro - o mais dourado

Verá a ti e a mim: o nosso mundo
E o sorriso que estará estampado
De um sentimento puro é oriundo.

Quando não posso encontrar a tua mão


Quando não posso encontrar a tua mão
E os teus olhos não se cruzam mais com os meus
Quando sinto ecoar o som do adeus
A partida me estremece o coração.

Eu não sei quanto de mim que me pertence
Qual a parte de minh'alma que é só tua?
Se me vejo caminhando pela rua
Num reflexo me procuro e o que eu pense

Qualquer coisa que me venha ao pensamento
Me persegue com teus beijos e o sorriso
Então vejo: sou um ser que hoje é diviso

Mas me escuso de maiores argumentos
Te amar é minha paz e é meu tormento
Não há muito que entender, isto é conciso.


Yvanna Oliveira


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Superficialidade


É hora de deixar que a tua máscara
E o riso inconsistente que te sobra
Fazendo acreditar que toda obra
De Deus ou do diabo é uma farsa.
É hora de saber: isto não basta
O intuito, a insistência em ser perfeita
Achando que não deixa nem suspeita
De toda sordidez que lhe perpapassa.
As flores dos teus olhos murcham fácil
As dores dos teus ódios transbordaram
E muitos, quase todos, já reparam
Que o riso, leve, sempre soa falso.
Para que vir forjar esta humildade
Se em tua arrogância há mais verdade?

 Yvanna Oliveira





Às mães dos ausentes


Então, as mães sentam-se sob as mangueiras
E contam histórias heroicas de aventuras
A seus filhos ausentes

As nuvens de carneirinhos
Sorriem, desenham no céu
Cambalhotas desajeitadas
Rosas e botões dão-se as mãos
Em folhas que camuflam espinhos
Em tudo o colo e o cuidado
Bendito o fruto aveludado que alimenta
Bendito ventre que dá vida

Ausentes dos que não nasceram
As mães lamentam não poder voar
Enquanto balançam-se sob as grandes asas
De mangueiras que sombreiam os parques e os pais
Cujos filhos sorriem os primeiros passos
Feito aves que ensaiam vôos.

Yvanna Oliveira