domingo, 21 de abril de 2013

O homem simples

Ilustração de Edi Guedes

O homem simples chora
E morre um pouco a cada dia
Com a carne que vira carcaça
Com a ave que prenuncia
A morte e o mau agouro
O fim de tudo que se crê

O homem simples chora
E morre um pouco a cada dia
Na lágrima que escorre seca
Na face rachada, suada
Na nuvem que é só de poeira

O homem simples se assombra
Ecoam no infinito suas preces
Pois pede aos céus que se apresse
Aos santos e a virgem Maria
Erguendo os olhos ao alto
Em paz com a sua agonia
Constata e escapa uma lágrima
Há um céu maior que deus
Há um céu sem sombra outro dia.

(Yvanna Oliveira)

Nenhum comentário:

Postar um comentário