sábado, 15 de fevereiro de 2014

Janelas



Aos fins de tarde
O vento assobia
E a poeira unida
Entoa uma canção
Que soa amor
Vazio
E melancolia

Nas noites insones
Um cão abandonado segue
E uma coruja triste
Espreita por trás da cortina
O casal de amantes
E sua dança fúnebre
Amar é morrer
Um pouco a cada dia
E todo dia renascer

Quando o dia
Já se quer manhã
O primeiro raio adentra
Num toque suave
Beija a face
Da mulher adormecida
Sem disfarce, nem encanto
Sem pudor
Um raio de luz tem tanta força
Que enche de fantasia
O que por trás da janela
Carece de brilho
Padece de realidade.

(Yvanna Oliveira)

Nenhum comentário:

Postar um comentário